6 dicas de como tocar choro no violão
Confira o que você precisa fazer para dominar esse estilo musical brasileiro!
Aprender como tocar choro no violão é uma ótima forma de diversificar o repertório e conhecer mais dos ritmos brasileiros.
Um dos estilos mais tradicionais do país, o choro exige certa técnica, mas com prática e estudo, é possível dominá-lo. Vamos lá?
Descubra como tocar choro no violão com 6 dicas
Criado no final do século XIX, o choro é um estilo musical que combina influências afro-brasileiras com danças de salão europeias (como polcas, schottisch, valsas, etc.).
Dentre diversos gêneros da música popular, o choro tem a característica de utilizar a rondó, uma forma ternária (A-B-A-C-A) que já existia em músicas europeias de outros períodos, em especial na dança.
1. Escolha o tipo de violão
Para tocar choro no violão de forma mais autêntica, recomenda-se o instrumento com cordas de nylon, utilizado também por alguns dos solistas mais famosos do estilo, como o paulista Alessandro Penezzi.
Vale lembrar que, no final do século XIX, ainda eram usadas as cordas de tripa, substituídas posteriormente pelas de nylon.
Também é possível tocar choro com cordas de aço, permitindo um timbre mais percussivo e de maior projeção às baixarias realizadas pelo instrumento. Um bom exemplo disso é o músico Dilermando Reis.
2. Treine a mão direita
A técnica de mão direita é uma das bases para tocar choro no violão. Nesse gênero, o dedilhado é predominante, exigindo que o violonista desenvolva um controle sobre os seus movimentos.
Além disso, a técnica de baixaria – em que o polegar executa linhas de baixo – é igualmente importante no choro, por exigir uma independência e mobilidade desse dedo.
Para desenvolvê-la, é recomendado praticar exercícios de arpejos com diferentes combinações de dedos. Comece com padrões simples, mas também estude as levadas com acordes em bloco.
Trabalhe ainda a alternância entre polegar e os demais dedos para garantir que as notas da baixaria sejam sempre claras e definidas.
Lembre-se de que a precisão é mais importante do que a velocidade; com o tempo, você poderá acelerar naturalmente.
3. Pratique escalas e tonalidades
No choro, as escalas desempenham um papel importante, não apenas para a criação de melodias, mas também para a improvisação.
A familiaridade com as escalas diatônica, menor harmônica e menor melódica é essencial para qualquer violonista que deseja aprender a linguagem do choro. Pratique-as em diferentes tonalidades e posições ao longo do braço do violão.
Elas oferecem as bases para a criação de frases melódicas típicas do gênero, que costumam possuir um caráter virtuosístico e ornamental.
Recomendamos o estudo das melodias criadas por compositores como Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Anacleto de Medeiros, Ernesto Nazareth, Garoto, João Pernambuco e outros compositores do repertório do choro.
Pratique-as com diferentes digitações, tenha atenção ao uso das notas, como elas se relacionam com a harmonia e se adaptam à rítmica do choro.
4. Entenda sobre harmonia
Como qualquer estilo de música, o choro é rico em clichês harmônicos, sequências de acordes recorrentes em muitas composições do gênero.
Eles ajudam a estabelecer a linguagem do gênero, sendo elementos fundamentais para qualquer violonista que queira aprender a tocar no violão.
Entre os acordes mais comuns estão os diminutos, as tétrades (acordes com quatro notas) e alguns com notas adicionadas (como sextas e nonas), que incluem um colorido especial à harmonia.
Para entender o choro, é importante aprender sobre modulação, acordes relativos e dominantes individuais.
Como a movimentação do baixo é algo fundamental na linguagem do choro, você também deve saber sobre inversão de acordes.
5. Domine ritmos
Por ser outro pilar do choro, é muito importante dominar a sua diversidade rítmica. A maioria dessas músicas está em compasso binário, caracterizado por dois tempos: um forte seguido de um fraco.
Entretanto, o choro também abrange outros gêneros que utilizam diferentes compassos, como a valsa. Muito tocada, ela utiliza o compasso ternário, por exemplo.
Além disso, você deve ter familiaridade com as síncopas – deslocamentos rítmicos que criam um efeito de antecipação ou atraso em relação ao tempo forte do compasso – muito comuns na identidade desse gênero.
Outro ponto importante é o uso das melodias acéfalas e anacrústicas.
Melodias acéfalas começam após a cabeça do tempo, enquanto as melodias anacrústicas se iniciam antes do primeiro tempo do compasso, criando uma sensação de antecipação.
O uso do metrônomo é indispensável para desenvolver a precisão rítmica no choro. Você pode se concentrar em dominar os diferentes padrões para que elas se integrem de forma natural à sua interpretação.
6. Ouça muitas gravações e leia muitas partituras
Uma das melhores maneiras de aprender é ouvir as gravações dos principais artistas de choro para entender a gíria típica do gênero.
A prática também ajuda, então recomendamos tirar música de ouvido, incluindo baixarias e improvisos, para você aprender macetes que a teoria não ensina. No entanto, escutar não é o único caminho.
Outra forma de expandir o repertório e entender as composições de choro é com a leitura de partituras e cifras.
Isso permite que você tenha acesso a composições e arranjos que podem não estar disponíveis nas gravações, por exemplo.
Uma última dica é tocar em grupo, frequentando rodas de choro para entender melhor como funciona esse gênero clássico.
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Marco Teruel
Marco Teruel é músico e violonista, com mestrado pela USC Thornton School of Music (EUA) e doutorado em música pela UFMG. Seus interesses musicais incluem o repertório do violão clássico, a música dos séculos XVI e XVII, a música brasileira e o heavy metal.