Veredas de sol em brasa
Vivo sempre a palmilhar
O céu florado de estrelas
A noite a me indicar
Na aridez uma alfombra
Com água fresquinha e sombra
Onde eu devo descansar
Enigmas de um bom viver
É o que vivo a perseguir
Sonho o amanhecer lindo
Do dia que está por vir
Mas sei que tem águas turvas
Espinhos pedras e curvas
A estrada do porvir
Tenho a mesma resistência
Do cacto e do juazeiro
Suporto dura estiagem
Neste meu viver guerreiro
Sou vara que não enverga
Míope que querendo enxerga
Uma agulha no palheiro
Às vezes sou meio místico
Creio em azar e sorte
Na vulnerabilidade
Faço força prá ser forte
Não reclamo a lida amarga
Sem gemer levo essa carga
Até chegar minha morte
Dando a paz indispensável
Que nos eleva e alenta
Há um leque de pessoas
Que muito nos apascenta
Amigo é sempre uma haste
A família um guindaste
Na força que representa
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