Um pedacinho de terra
Bem no pé de uma serra
Lá embaixo um ribeirão

Eu vivo aqui sossegado
Neste mundo encantado
Meu céu é aqui no chão

Meu rancho feito de palha
Onde guardo as minhas tralhas
Contemplo da minha rede

Obras da mãe natureza
Um espetáculo de beleza
Enche os meus olhos de verde

Vem água fresca da mina
Descendo entre as colinas
Caminhando para o mato

Vai rolando morro abaixo
Junto às águas do riacho
Formando um lindo regado

Me banho na queda d'água
Que me abraça e me afaga
Massageia e faz carinho

Momento puro de prece
Descanso e foge o estresse
Voa igual um passarinho

Cai a tarde e chega a noite
Sopra a brisa e leva açoite
Eu me rendo à calmaria

Adormecido e sonhando
No sonho vou abraçando
Minha saudosa Maria

Surge a luz da Lua cheia
Toca meu rosto e clareia
Invade minha janela

Desperto e pego a viola
Saio do rancho pra fora
Então converso com ela

Lua cheia, ô Lua cheia
O sertão meu te adora
Me deixe seu endereço
Caso você for embora

Vem aqui me visitar
No morrer de cada dia
Um dia desse me traz
As lembranças de Maria

Lua cheia, ô Lua cheia
O sertão meu te adora
Me deixe seu endereço
Caso você for embora

Vem aqui me visitar
No morrer de cada dia
Um dia desse me traz
As lembranças de Maria