De bombacha e alpargata e uma faixa na cintura
A viola meia espada, na guampa cachaça pura
Sou mesmo que pirilampo que brilha na noite escura
Num entrevero de dedo viola bem afinada
Cantando pra mil amores num estilo de pajada
Um gauderio cantador fandangueando a madrugada
Vou emendando semanas de trago e de cantorias
Tiro os arreios da noite e monto a cavalo no dia
Depois do primeiro trago eu entro em qualquer bolicho
Sem saber o preço da banha, nem se arranha o carrapicho
Me vou pro lado das chinas por certo arranjo um cambicho
Já dou de mão na viola mesmo sem ter permissão
O bolicheiro me conhece já sabe minha intensão
Rasgo o silêncio da noite nas cordas do violão
Vou emendando semanas de trago e de cantorias
Tiro os arreios da noite e monto a cavalo no dia
Bolicheiro quer fechar, fala om boas maneiras
O Sol já está esquentando e hoje é segunda-feira
E eu do lado da China engambelo a saideira
A prosa no pé da orelha entenda como quiser
Proposta pra ajuntar os trapos para o que der e vier
Saio ajojado com a China seja lá o que Deus quiser
Vou encerrando a semana de trago e de cantorias
Tiro os arreios da noite e monto a cavalo no dia
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