Eu vim do Norte com um cachorro rabugento
Com dois sacos de cimento
Muita fome e muito amor
Não me interessa
Você pegue o seu cimento
E também leve esse cachorro
Com cara de sofredor
Não fale assim do meu bicho esganiçado
Ele é feio que é dando
Mas ele é bom caçador
Eu nunca vi um caçador como esse troço
Só tem couro sobre os ossos
Não consegue nem andar
Se esse bicho vê um rato
Sai corrido e vai pro mato
Que é pra nunca mais voltar
Então me diga, seu doutor
Faça o favor, que rato é esse
Que eu nunca vi igual
Que assusta um elemento valente como esse cá
E o senhor fique sabendo
Que andaram me oferecendo
Um dinheirão no animal
E vá tirando já daqui
Esse cachorro fedorento
E vá tirando já daqui
Esse seu saco de cimento
E vá tirando já daqui
Esse cachorro fedorento
E vá tirando já daqui
Esse seu saco de cimento
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