A cabecinha desperta, orgulho de sua mãe
O filho cresceu em sua casa, o adolescente queria mostrar
Deslizando as calçadas, o bairro o deslumbrou
Dando voltas nas esquinas, teve prazeres, teve dor

Enamorou-se da vida, Todos os dias, todas as noites
Café da manhã com as damas, para a janta não ficou
Vai caminhando sem rumo, leva a calma de um vagabundo
Mas deixando a vida, onde mande a ocasião

Velho divino, aonde você vai?
Eu sei muito bem que não queres olhar pra trás
Final amargo sozinho fica hoje teu cachorro magro
E o fundo de um vinho pra esquentar

Depois da juventude, cansado de tropeçar
Busca-se uma boa esposa e catorze horas pra trabalhar
Mas alguns passarinhos não podemos prender
Vai-se apenando a alma logo já não querem cantar

Largou-se aos poucos depois que entrou para os quarenta
E quase sem dar-se conta, alcoólatra se tornou
E foi baixando degraus muitos invernos à deriva
As voltas que dá a vida, na rua terminou

Velho divino, aonde você vai?
Eu sei muito bem que não queres olhar pra trás
Final amargo sozinho fica hoje teu cachorro magro
E o fundo de um vinho pra esquentar

Velho divino, aonde você vai?
Eu sei muito bem que não queres olhar pra trás
Final amargo sozinho fica hoje teu cachorro magro
E o fundo de um vinho pra esquentar
E o fundo de um vinho pra esquentar, teu cachorro magro
E o fundo de um vinho pra esquentar